A multinacional alemã Schaeffler, uma das gigantes mundiais em soluções de mobilidade e engenharia industrial, apresentou nesta quarta-feira (06) seus resultados financeiros referentes ao primeiro semestre de 2025. Com presença direta em Sorocaba, onde mantém uma de suas unidades estratégicas, a empresa demonstrou resiliência, estabilidade e foco em inovação, mesmo diante de um cenário global desafiador.

Resultados sólidos em um cenário competitivo

A receita total do Grupo Schaeffler no período atingiu €11,845 bilhões — o equivalente a aproximadamente R$74,6 bilhões. Apesar da leve queda de 2,6% em relação ao mesmo período de 2024, a companhia manteve a margem EBIT ajustada em 4,1%, sinalizando forte controle operacional e gestão eficiente dos custos globais.

Outro destaque foi o fluxo de caixa livre, que apresentou melhora significativa, passando de –€597 milhões em 2024 (cerca de –R$3,76 bilhões) para –€128 milhões em 2025 (cerca de –R$806 milhões).

O endividamento líquido também caiu, totalizando €5,255 bilhões — o que corresponde a aproximadamente R$33,1 bilhões.

Unidade de Sorocaba conectada à estratégia global

Com operações em diversos países e presença industrial em mais de 50 localidades, a unidade da Schaeffler em Sorocaba integra a cadeia global da empresa, participando da fabricação e desenvolvimento de produtos essenciais para os segmentos automotivo e industrial.

As divisões que mais impactam diretamente a produção local — como Bearings & Industrial Solutions (rolamentos e soluções industriais) e Vehicle Lifetime Solutions (peças para o mercado de reposição) — registraram desempenhos positivos e estáveis no semestre:

• Bearings & Industrial Solutions: receita de €3,241 bilhões (cerca de R$20,4 bilhões) e margem EBIT de 7,9%, demonstrando estabilidade mesmo em um ambiente de desaceleração da demanda industrial.
• Vehicle Lifetime Solutions: crescimento de 6,3% na receita, totalizando €1,564 bilhão (equivalente a R$9,85 bilhões), com margem EBIT de 15%.

Esses dados sustentam a importância da unidade sorocabana na engrenagem internacional da marca, evidenciando que a planta continua como peça-chave na produção de soluções duráveis, tecnológicas e sustentáveis.

Foco em mobilidade elétrica e futuro industrial

O relatório ainda destaca o avanço da divisão de E-Mobility, que cresceu 9,7% no semestre, indicando que a Schaeffler segue ampliando seu protagonismo na transição para uma mobilidade mais limpa e conectada. Essa tendência global reforça o papel estratégico da empresa — e de suas unidades, como a de Sorocaba — na adoção de novas tecnologias e qualificação da mão de obra local.

Perspectivas para 2025 mantidas

A Schaeffler reafirmou sua projeção otimista para o restante do ano, apostando na diversificação do portfólio, inovação tecnológica e integração de processos como pilares para enfrentar os desafios de 2025.

Segundo Klaus Rosenfeld, CEO do Grupo Schaeffler, “continuamos comprometidos com uma gestão equilibrada entre rentabilidade e inovação, mesmo em tempos de incerteza”. O executivo reforçou ainda que a empresa segue atenta às oportunidades em todos os mercados onde atua.

Sorocaba no mapa da inovação global

Com atuação de décadas no município, a Schaeffler não apenas emprega centenas de trabalhadores em Sorocaba, como também contribui para o desenvolvimento técnico e econômico da cidade, por meio de parcerias educacionais, investimentos em automação e integração com universidades e centros de pesquisa.

A manutenção da margem de rentabilidade e os bons indicadores financeiros do grupo são, portanto, sinal claro de que a operação em Sorocaba deve seguir firme e relevante dentro do planejamento global da marca.

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A multinacional de tecnologia ZF Friedrichshafen AG divulgou nesta semana os principais números do primeiro semestre de 2025 e, apesar da queda nas vendas totais, os resultados mostram sinais de fortalecimento da empresa no cenário global. As receitas somaram €19,7 bilhões (cerca de R$ 118 bilhões), abaixo dos €22 bilhões (R$ 132 bilhões) registrados no mesmo período de 2024. A redução foi impactada principalmente pela transferência da unidade de montagem de eixos para a joint venture ZF Foxconn Chassis Modules GmbH.

Apesar disso, a margem EBIT ajustada subiu para 4,4%, ante os 3,5% do ano anterior — resultado direto dos programas de performance iniciados pela companhia e da busca por maior eficiência operacional. O EBIT ajustado chegou a €874 milhões (aproximadamente R$ 5,2 bilhões), frente a €780 milhões em 2024.

A competitividade geral da empresa também começou a apresentar avanços. O fluxo de caixa ajustado foi positivo, somando €0,5 bilhão (R$ 3 bilhões), enquanto os investimentos em pesquisa e desenvolvimento alcançaram €1,7 bilhão (R$ 10,2 bilhões) — uma clara demonstração de que a inovação segue no centro da estratégia da ZF.

Outro destaque foi o investimento em infraestrutura: foram destinados €0,8 bilhão (R$ 4,8 bilhões) para propriedades, plantas e equipamentos, reforçando o comprometimento da empresa com a modernização e a transição tecnológica do setor.

Com um total de 157.845 colaboradores em todo o mundo, a ZF avança em seu realinhamento estratégico com foco em mobilidade inteligente, sustentabilidade e adaptação aos novos padrões globais da indústria automotiva.

“Estamos ajustando nossas capacidades de produção e acelerando o realinhamento para responder à complexidade crescente dos mercados”, afirmou Michael Frick, CFO do Grupo ZF.

Resumo dos números do H1 2025 da ZF (valores aproximados em reais):

• Receita: €19,7 bilhões → R$ 118 bilhões
• Margem EBIT ajustada: 4,4%
• EBIT ajustado: €874 milhões → R$ 5,2 bilhões
• Fluxo de caixa ajustado: €0,5 bilhão → R$ 3 bilhões
• Investimento em P&D: €1,7 bilhão → R$ 10,2 bilhões
• Investimento em estrutura: €0,8 bilhão → R$ 4,8 bilhões
• Empregados no mundo: 157.845

A sede global da ZF fica em Friedrichshafen, na Alemanha, e a empresa mantém presença em Sorocaba, onde também desempenha papel relevante no ecossistema industrial e tecnológico da região.

Uma revolução silenciosa, mas profunda, já começou a transformar o coração industrial de Sorocaba.

A unidade da Schaeffler Brasil, instalada na zona industrial de Sorocaba há décadas, vive um dos seus momentos mais decisivos desde que chegou à cidade. O motivo? A implementação progressiva da visão “Factory 2030”, um conceito que não só promete reinventar a forma como produtos são fabricados, mas também ressignifica o papel do trabalhador, a lógica da produtividade e até mesmo a arquitetura das fábricas.

A Ascensão da Smart Factory: Onde a tecnologia é o cérebro e o dado, o sangue

A proposta da Schaeffler para 2030 não é uma utopia futurista: é um plano concreto, tecnológico e já em curso. Na essência, trata-se de transformar a fábrica tradicional em uma plataforma inteligente, automatizada e interconectada, onde máquinas, sistemas e pessoas trabalham em simbiose, com alto grau de autonomia e eficiência.

Na prática, isso significa:

• Máquinas que se comunicam entre si e com os sistemas de planejamento.
• Produção que se adapta automaticamente à demanda.
• Processos de manutenção preditos por inteligência artificial.
• E, principalmente, dados sendo gerados, analisados e aplicados em tempo real.

A unidade de Sorocaba já está se integrando à rede de 83 plantas globais da Schaeffler, conectando-se não apenas com outras fábricas, mas também com os centros de pesquisa na Alemanha, Ásia e Américas. O futuro não está distante: ele está em teste piloto em setores da fábrica sorocabana neste exato momento.

O Impacto em Sorocaba: menos repetição, mais inteligência

Segundo fontes internas consultadas pela ELTV+, as mudanças em Sorocaba serão profundas, mas graduais e planejadas. A fábrica, que por anos foi símbolo da produção robusta e precisa, agora passa a se destacar também como um polo de inovação digital e engenharia de dados.

O que vai mudar:

1. Funções operacionais repetitivas (como inspeções visuais, preenchimento de relatórios e pequenos ajustes manuais) tendem a ser substituídas por sistemas automáticos, sensores e inteligência artificial.
2. O foco dos trabalhadores será cada vez mais voltado para:
   • Análise de dados
   • Tomada de decisão baseada em dashboards inteligentes
   • Intervenções estratégicas
   • Interação com robôs colaborativos (cobots)
3. A gestão de produção será feita com auxílio de digital twins – simulações virtuais da linha real – o que permitirá prever falhas, testar melhorias e capacitar colaboradores por meio de realidade virtual, sem parar a linha.

Profissões do Futuro: os novos crachás da Schaeffler Sorocaba

A revolução da “Factory 2030” não significa menos emprego. Significa novos tipos de emprego. Profissões que antes não existiam dentro do chão de fábrica passam a ser fundamentais.

As novas funções que devem surgir ou se fortalecer:

• Analista de Dados Industriais: Especialistas em interpretar os milhões de dados gerados pelas máquinas e traduzi-los em ações concretas.
• Engenheiro de Digital Twin: Responsável por construir e manter os modelos virtuais da produção real.
• Técnico de Robótica Colaborativa: Atua na programação, manutenção e monitoramento de cobots.
• Designer de Experiência Operacional: Profissional que melhora a interface entre operários e sistemas digitais.
• Especialista em Cibersegurança Industrial: Foco em proteger redes e dados industriais da fábrica conectada.
• Instrutor de Realidade Virtual: Responsável pelo treinamento de novos operadores usando simulações imersivas.

O Papel do Humano na Fábrica Inteligente: menos braço, mais cérebro

Engana-se quem pensa que o futuro da fábrica exclui o trabalhador. Na verdade, o ser humano será a peça mais estratégica do sistema.

A lógica da Schaeffler é clara: retirar o ser humano das tarefas repetitivas e inseri-lo nos processos de decisão, inovação e supervisão.

Os colaboradores da unidade de Sorocaba, por exemplo, já têm acesso a aplicativos personalizados, tablets e sistemas móveis que otimizam desde a troca de turnos até o apontamento de falhas em tempo real. Um simples “livro de turno digital” já economiza 3 minutos por tarefa, o que, em escala, representa milhares de horas produtivas ganhas por ano.

Conexão com o mundo: produção local, inteligência global

A Schaeffler está construindo um gêmeo digital da planta de Sorocaba. Por meio do 360 Plant Navigator, é possível “caminhar” virtualmente pelas linhas da fábrica, como se fosse um Google Street View industrial. Isso permite que engenheiros na Alemanha ou gestores em Detroit possam sugerir mudanças, planejar expansões ou resolver gargalos sem precisar sair do escritório.

E a sustentabilidade?

A digitalização também caminha de mãos dadas com o uso eficiente de energia e recursos naturais. A planta de Sorocaba tende a adotar práticas similares às já implementadas na fábrica de Szombathely, na Hungria, com baixo consumo energético, uso intensivo de automação e robótica, e mínima geração de resíduos.

Conclusão: Sorocaba no mapa global da indústria 4.0

A implementação do conceito “Factory 2030” na Schaeffler de Sorocaba posiciona a cidade como protagonista na nova revolução industrial. Mais do que fabricar rolamentos ou componentes automotivos, Sorocaba agora fabrica inovação, eficiência e futuro.

E a pergunta que fica para quem trabalha ou pretende trabalhar lá:
Você está preparado para ser parte da fábrica mais inteligente do Brasil?

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Em breve: série documental “Indústria 2030 em Sorocaba”.

A proposta vai muito além do discurso verde. São seis etapas práticas — de diagnósticos a planos de ação — que apoiam as indústrias na redução de Gases de Efeito Estufa (GEE). E o melhor: gratuito para empresas com faturamento anual de até R$ 8 milhões.

Com um PIB regional de R$ 84 bilhões, Sorocaba é peça-chave na corrida pelo carbono zero. “O concorrente do seu negócio não está mais só em São Paulo, está no Vietnã, na França, nos EUA”, disparou Paulo Henrique Schoueri, da FIESP. “Ou você se adapta, ou sai do jogo.”

Pressão vem de todos os lados — mercado, clientes e, claro, da legislação. Até 2035, o Brasil precisa cortar entre 59% e 67% das emissões em relação a 2005. A meta paulista é ainda mais ousada: neutralidade até 2050.

Durante o evento, cases reais mostraram que a virada é possível. A RV Soluções Industriais, por exemplo, descobriu que emitia GEE sem nem saber. “Ou a gente entrava no programa, ou perdia um cliente importante”, contou a gestora Cleudes Alves. Já a gigante Schaeffler, pressionada por clientes internacionais, recorreu ao SENAI para mapear suas emissões locais.

Outro destaque foi a Escola Móvel de Economia Circular, um laboratório sobre como transformar lixo em oportunidade e desperdício em inovação. A unidade vai rodar o estado junto com a Jornada.

Próxima parada: Santos, em 9 de maio.